“O fim da internet como conhecemos”
No mês de março aconteceu em Austin (Texas) o South By Southwest (SXSW), que é um festival de inovação, cinema e música, e uma das palestrantes foi a futurista Amy Webb, CEO da Future Today Institute que apresentou algumas tendências presentes no seu relatório anual Tech Trends Report. Alguns dos cenários apresentados envolvem mudanças na forma como vamos utilizar a internet nos próximos anos, os impactos da Inteligência Artificial (IA) generativa e as consequências do avanço dessas tecnologias. Um dos cenários trazidos por ela é a internet nos buscar e não nós buscarmos conteúdos na internet. Mas o que isso quer dizer?
Desde a popularização da internet nos anos 90, os usuários já geravam na web dados sobre seus comportamentos e preferências, o que criou uma demanda por dados sobre os dados das pessoas. Com o passar dos anos, canais como Wikipedia e YouTube, além das próprias redes sociais, tornaram a geração de conteúdo e informação algo ainda mais comum e orgânico entre as pessoas. E hoje recebemos cada vez mais conteúdos personalizados nas redes sociais e canais de streaming, de acordo com o conteúdo que interagimos. Amy Webb diz que a internet tende a ir por outro rumo no futuro, deixando de ser passiva na interação com o usuário e passando a buscar por ele, se transformando assim em algo diferente do que conhecemos hoje, onde os sistemas vão escolher o que nos mostrar de conteúdo, baseados nas nossas últimas ações, ou seja, nos nossos dados e não no nosso desejo, visto que a tendência são as Inteligências Artificiais (AI) acreditarem saber tudo sobre nós.
Com a evolução das ferramentas de IA, vai ser mais fácil que as empresas tenham ainda mais informação sobre o usuário na web. Com todo esse conhecimento, a discussão principal passa a ser sobre o uso de dados do usuário no futuro. Se hoje as Big techs já sabem muito sobre você, esse cenário só tende a expandir com a melhora em processamento e evolução tecnológica que está por vir.